Sempre
quis ler Jorge Amado. “Capitães de areia”, um dos livros do autor, está na minha
lista de espera desde o ano passado, mas com a novela Gabriela meus planos
mudaram de rumo. Encantado pelos personagens e pela cidade de Ilhéus, a lista
foi por água abaixo. Então, comprei um
exemplar de “Gabriela, cravo e canela” e o li ferozmente.
De início, fui apresentado a uma escrita cansativa, enrolada, que foca na história da fundação da cidade e como ela foi povoada - a própria Gabriela só dá as caras lá para a página 80, com uma aparição bem rápida. Mas com o seguir da trama, ficou fácil gostar das disputas políticas entre Mundinho Falcão e Ramiro Bastos, das conversas no bar Vesúvio e dos namoros na praça.
Interessante que, como na novela, o livro tem diversos personagens. Assim, o romance de Nacib e Gabriela não é a histórica principal, disputando espaço com os outros acontecimentos de Ilhéus, deixando o leitor confuso no começo.
Falando em novela, ela apresenta algumas diferenças em relação à versão impressa: como o bordel Bataclan, que ganha mais espaço, junto com a dona Maria Machadão e a prostituta Zarolha. Também houve alteração no destino de Malvina e Sinhazinha, a primeira engata um namoro com o professor Josué, e não com o Engenheiro que veio modernizar o porto. E a mulher do Coronel Jusuíno Feitosa continua viva. Mesmo assim, a versão televisiva tenta ser fiel, na medida do possível, com a ordem cronológica da relação entre o turco e a jovem cabocla.
De início, fui apresentado a uma escrita cansativa, enrolada, que foca na história da fundação da cidade e como ela foi povoada - a própria Gabriela só dá as caras lá para a página 80, com uma aparição bem rápida. Mas com o seguir da trama, ficou fácil gostar das disputas políticas entre Mundinho Falcão e Ramiro Bastos, das conversas no bar Vesúvio e dos namoros na praça.
Interessante que, como na novela, o livro tem diversos personagens. Assim, o romance de Nacib e Gabriela não é a histórica principal, disputando espaço com os outros acontecimentos de Ilhéus, deixando o leitor confuso no começo.
Falando em novela, ela apresenta algumas diferenças em relação à versão impressa: como o bordel Bataclan, que ganha mais espaço, junto com a dona Maria Machadão e a prostituta Zarolha. Também houve alteração no destino de Malvina e Sinhazinha, a primeira engata um namoro com o professor Josué, e não com o Engenheiro que veio modernizar o porto. E a mulher do Coronel Jusuíno Feitosa continua viva. Mesmo assim, a versão televisiva tenta ser fiel, na medida do possível, com a ordem cronológica da relação entre o turco e a jovem cabocla.
“O
amor não se prova, nem se mede. É como Gabriela. Existe, isso basta [...] O
fato de não se compreender ou explicar uma coisa não acaba com ela.”
Dessa
forma, pude concluir que Gabriela é apenas uma personalidade ilustre da
história, ingênua e sem pudor, a qual contrasta com o pensamento rústico dos
ilheenses e representa o progresso da cidade, por isso leva – merecidamente – o
título do livro. Porém, o personagem principal da obra é a própria cidade de Ilhéus, com
o autor preocupado em mostrar o universo nordestino dos capitães e coronéis. Enfim,
os causos, os personagens e a linguagem, ajudam a criar um ótimo livro e um clássico
da cultura brasileira.
Livro: Gabriela, cravo e canela
Editora: Record
N° de páginas: 363