sábado, 7 de maio de 2011

Das pirâmides até a cueca Calvin Klein


 Uma relação baseada no dinheiro é a coisa mais normal em nossa sociedade, ter Ipods, lanchas, carrões e usar camisas caríssimas de marcas famosas faz de um simples ser humano o mais popular e legal de todos. O ter é mais valorizado do que o ser, mas engana-se quem acha que esse fenômeno social é uma marca contemporânea, é algo que vem desde os tempos mais remotos, quando a população do planeta terra não passava nem da casa dos primeiros milhões.
   Os egípcios já mantinham o culto ao material, com as construções de gigantes pirâmides para velar o corpo dos Faraós, que, quando vivos, eram rodeados de jóias e farta comida. Nos tempos de Monarquia, a nobreza existia mantida pelos próprios monarcas, que apoiavam o governo em troca das contas pagas por ele, e viviam ostentando riquezas e luxo. Os que queriam fazer parte do grupo seleto de ociosos, que mantinham-se de festas e de perucas, compravam títulos de nobreza, e no Brasil, com a vinda da família real, aqueles que tinham condições logo compraram seus títulos de Barões e Condes, tentando participar do High Society da época.
   Logo depois, veio as primeiras revoluções industriais, junto com as máquinas a carvão, produção em massa, motores de combustão, sindicatos, melhores condições de trabalho e finalmente, a consolidação da burguesia. Alguns anos após, a guerra fria e a corrida tecnológica permitiram o desenvolvimento da Globalização, e a internet foi criada, os telefones tornaram-se móveis e o lucro passou a ser o único objetivo do homem. As oportunidades de qualificação e de trabalho cresceram, aumentaram também a renda das famílias e a qualidade de vida.
   A riqueza sempre foi valorizada, o que mudou foi apenas o número daqueles que tem acesso a ela, antes era uma pequena minoria que tinha o privilégio de herdar sangue real, hoje qualquer um pode enriquecer. A sociedade foi e será materialista, ostentando títulos de nobreza, pirâmides, ipods, carros importados, mansões. A cueca Calvin Klein de hoje, foram as características perucas brancas de ontem.

2 comentários:

  1. Adoro ler seus textos porque eles estão sempre salpicados de embasamento histórico e isso simplesmente me fascina. Quando li a parte que falava do Egito, lembrei-me de algumas greves de operários que lá aconteceu e uma das exigências era MAQUIAGEM! Não pude deixar, também, de sorrir do início ao fim e balançar a cabeça positivamente, porque eu concordo com tudo e o modo como você decidiu pautar sua opinião foi ordenado e direto - se Bruna tivesse lido teria feito modificações, obviamente, mas teria elogiado os exemplos e analogias, especialmente a da última frase, que foi estupidamente criativa e verdadeira. Como você está me aperriando para comentar sobre a estrutura, vou ser franca - e um tanto nojenta, porque o sangue de mainha corre em minhas veias -o texto ficou ótimo, mas eu prestaria atenção só um pouquinho na conclusão, apesar de ter conseguido retomar o que propôs em todo o texto com bastante facilidade. A propósito, achei bastante interessante o modo como fechou o parágrafo da introdução, porque, acredito que quando um escritor é capaz de brincar com as palavras, ou melhor, saber usá-las de modo simples mas que embeleze o texto como "...nem da casa dos primeiros milhões" é uma marca de inspiração que não são muitos os capazes de ter -destaquei essa parte porque achei simplesmente brilhante, apesar de bastante simplório, julgue-me. Vou confessar que fiquei procurando alguma desordem na cronologia que você empregou no desenvolvimento, mas você conseguiu me ver frustrada, porque vi aí a habilidade de se usar do tempo, e essa é outra aptidão que só se tem quando o conhecimento é verdadeiro. Não, você não fugiu ao tema. Sim, você foi criativo. Sim, você conseguiu explicar o que queria. Shiiim, você é a coisa mais fofa escrevendo!

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  2. eish Ja tinha os playboys do egito botando o paredao em seus camelos

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