Os livros tornaram-se e-books, as idas ao shopping foram substituídas pelos sites de vendas online, os filmes em cartaz nos cinemas já são baixados por usuários, e como as músicas passaram de CD para MP3, as batalhas também se tornaram virtuais. Com isso, a terceira guerra mundial tem tudo para ser digital.
Afirmo desse jeito porque com as notícias de invasão de crackers aos sites do governo federal nessa semana, me fez perceber o quanto estamos propícios a conflitos nesse âmbito. A partir de quarta-feira, um grupo de invasores foram responsáveis por deixar fora do ar vários sites da presidência, dentre eles do Ministério dos Esportes, IBGE e da Receita Federal, também houve tentativa, porém falha, de invasão ao site da Petrobrás. Além disso, foram furtados dados como CPF, endereço, telefones e datas de nascimento de várias pessoas, inclusive militares.
Pouco tempo atrás, o mesmo aconteceu com grandes empresas de games, como a Sony, que foi invadida, deixando seu sistema fora do ar mundialmente, e dados importantíssimos de seus clientes, como o número de cartão de crédito, foram disponibilizados online. O wikileaks também deu o que falar na mídia, pois a organização publicou inúmeros documentos sigilosos de vários países, como aqueles sobre a invasão do Afeganistão e da guerra do Iraque, desmascarando relações econômicas e políticas, gerando assim grande mal estar na diplomacia mundial.
Outro evento virtual que repercutiu no mundo e confirmou o poder da internet de causar conflitos , foi a ação de um vírus sem origem definida chamado de Stuxnet. Esse vírus foi criado apenas para atacar o sistema operacional Scada, que é responsável pelas centrífugas de enriquecimento de Urânio no Irã, ou seja, o vírus foi capaz de parar parte das centrífugas usadas para uma possível criação de bomba atômica Iraniana.
Então esqueça tanques de guerras, armas pesadas, trincheiras, soldados batalhando e várias outras características da primeira e segunda guerras mundiais, pois o campo de batalha mudou, é a vez dos vírus, dos crackers e da quebra do sigilo de dados pessoais. As próximas batalhas, mesmo tendo objetivos físicos, terão grande atuação virtual. Quem sabe se para conseguir algum território ou até mesmo água, os países serão capazes de cortar a internet, roubar informações e até parar a produção de energia dos governos inimigos.